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#PraCegoVer: Acessibilidade e inclusão digital

22 de jun, 2020 AVM Advogados
Laptop sobre a mesa, homem com fones de ouvido, utilizando um leitor de tela para ler o conteúdo exibido no laptop

Como que as pessoas cegas ou com baixa visão fazem para navegar pela internet? Você já refletiu sobre isso? A resposta é simples, elas fazem como todo mundo, usando o celular ou o computador. O que difere é a utilização de tecnologias assistivas, como um leitor de tela, lupas eletrônicas, teclado Braille e outras.

Ressaltando o leitor de tela, ele é acionado através de um software que transforma em áudio tudo que está escrito em sites, portais e aplicativos. Mas e as imagens e vídeos? Como deixar estes conteúdos acessíveis?

Par isso, existe a função "descrição" ou "textos alternativos", que traduz imagens e vídeos em palavras com textos geralmente curtos, que descrevem os principais componentes de uma foto, ilustração ou vídeo. Assim, o recurso ganhou, popularmente, a expressão "pra cego ver" ou "para todos verem". Lembrando que, quando a descrição está associado a um vídeo, ela se chama "audiodescrição".

A descrição de imagens pode ser de dois tipos: curta ou longa. A descrição curta usa entre 100 a 140 caracteres e é o mais indicado para redes sociais ou sites onde há uma galeria de fotos. Textos curtos garantem o dinamismo, sem afetar muito a experiência do usuário com as páginas de internet ou aplicativos.

A descrição longa, por sua vez, possibilita um grau maior de detalhamento das imagens e vídeos e é mais indicado em conteúdos culturais, de entretenimento e educação. Contudo, essa forma de criar o conteúdo não é uma regra, são apenas indicações, o importante é prover aos usuários uma descrição que permita entender do que se trata as imagens e vídeos utilizados em determinado conteúdo.

Quais os benefícios?

O maior benefício de se adotar a prática das descrições é de ganhar uma postura cidadã e respeitosa para com o próximo, pois, desta form,a você estará permitindo que o direito nato de acesso e usufruto de qualquer conteúdo na internet possa ser exercido por qualquer pessoa, com ou sem deficiência.

Além das pessoas com deficiência visual, há outros públicos que se beneficiam com as descrições das imagens, como as crianças, idosos, pessoas com dislexia, pessoas com Síndrome de Down, dentre outras.

Para você também poder começar a fazer a sua parte adicionando a descrição das imagens, confira algumas dicas:

1. Comece com "Descrição da Imagem" ou então com as hashtags "Pra Cego Ver" ou "Para Todos Verem". Além de orientar a pessoa com deficiência visual que ali terminou o texto da postagem e que começará a descrição, provoca a curiosidade nas outras pessoas que acessam seu blog ou rede social por quererem saber do que se trata. Desta forma, conseguimos educar e angariar mais adeptos da descrição das imagens.

2. Procure sempre responder a 4 perguntas básicas: quem ou o quê está na imagem? Como estão? Fazendo o quê? E Onde?

3. Não interprete e nem use muitos adjetivos nas descrições. Procure ser o mais isento possível e deixe a imaginação do usuário qualificar aquela imagem. Não procure definir emoções. Nestes casos, descreva expressões faciais e gestos apenas. O restante fica por conta da criatividade de quem ouvirá a descrição.

4. Analise o contexto e o objetivo do uso da imagem. Isto te ajudará a priorizar os elementos principais, eliminando aquilo que não vai agregar para o entendimento da imagem. Por exemplo, nem sempre o fundo de uma imagem ou tipo de vestimenta agrega numa descrição de imagem. Extraia o essencial de cada imagem. E isso aprendemos na prática e das interações com o público-alvo.

5. Explore o tipo de enquadramento, quando necessário. Se a foto é uma vista aérea, se é um ângulo de cima para baixo de alguma pessoa ou se é então um close de algum objeto, adicione isso à descrição. Isto estimula a imaginação e interpretação por parte de quem ouve a descrição.

Interessante e necessário, certo? Por isso, o escritório AVM Advogados apoia a inciativa e começa, hoje, a adotar essa prática em suas postagens das redes sociais.

O benefício ao maior número de pessoas possível é um sinal de empatia que todos devemos desenvolver.

Fonte: AVM Advogados, GoodBroos e Hand Talk